segunda-feira, 11 de abril de 2011

No sábado à noite, no meio das compras, tivemos de pedir a um empregado que nos fosse buscar um tapete. O rapaz, super delicado, lá foi buscar uma escada gigantesca e esteve uns dez minutos à procura do que queríamos no meio de umas prateleiras enormes, no alto, cheias de tapetes enrolados. Quando desceu, vinha com as mãos pretas de pó e sujou a testa com aquilo. O JL começou a ajudá-lo a abrir o pacote e o rapaz só tossia por causa do pó. Quando o JL lhe diz "nunca mais são 10h" (hora de encerramento da loja), o rapaz olha para nós e diz "depois de tanto tempo sem emprego, acredite que podia ficar cá o resto da noite". Fiquei com um nó na garganta. Aquela frase, dita como foi, teve o peso de uma realidade cruel e cada vez mais pesada e, infelizmente, mais habitual. Posso não ganhar muito, nem o JL, mas a garantia de que será difícil perdermos o emprego, eu principalmente, dá uma paz de espírito que vale muito. Principalmente nestes momentos. A minha cunhada está desempregada, e está a passar-se, estão os dois em pânico de que seja difícil arranjar novo emprego. São situações terríveis. Que assumem contornos assustadores quando tocam a pessoas perto de nós.

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