quinta-feira, 29 de março de 2012

Empatia

Soube de mais uma colega aqui que está a passar pelo deserto da infertilidade. E acompanho uma outra, cuja filha está a passar pelo mesmo. Vejo nelas tudo o que passei, percebo perfeitamente todas as reações da filha dessa colega que tanto a chocam e entristecem. Vejo na dor dela aquilo que sei que a minha mãe sentia ao ver-me tão triste e frustrada. É muito triste que tanta gente passe por isto. E disto só sabe quem por isto passa. Eu tive sorte, depois de seis anos, tive o meu milagre. A questão é que chega a um ponto em que se deixa de acreditar que isso pode ser possível, e passei a gravidez em pânico, por achar que a ia perder, e depois dela nascer levantava-me vezes sem conta para ver se ela estava a respirar. Se calhar por achar que não era para mim tanta felicidade, tamanho milagre. Aquilo que se vive é interiorizado como um profundo falhanço, e isso toma conta daquilo que éramos, destrói a confiança que se tem. E a vida passa a viver-se em "ondas". Há alturas em que se consegue superar a situação e outras em que aquilo sufoca, domina. Vejo isso a acontecer agora com elas e percebo tão bem que chega a doer.

Um comentário:

Blog da Maggie disse...

curioso passei pelo mesmo, no meu caso foram 7 anos, e tbém estava sempre em stress durante a gravidez e o parto mas depois disso passou-me "a paranoia", nunca me levantei para ver se respirava, foi logo para o quartinho dela ao fim do 1º mês, ...

Felicidades
Maggie